quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O DONO (André Anlub) TROVART



O DONO (Íntegra)

Pulando de nuvem em nuvem
Jogando bola com o sol
Pintei o arco Iris de preto
Mostrei a língua pro furacão.

Usando um vulcão de privada
Canal do Panamá de piscina
Posso estar em qualquer estrada
Posso dobrar qualquer esquina.

Eu uso a Itália de bota
Bebo a Via Láctea no café
Sou Deus que troca Venus pela lua
E depois me escondo onde quiser.

Tudo eu posso e faço
Tudo com minha criação
Poeta da tinta do espaço
Sou dono da minha imaginação.

Buscando plenitude e paz no dia a dia
Nas águas límpidas do saber viver
Achando sempre muito mais
É assim que tem que ser.

Choro por muitas vezes sem motivo
Posso chorar por você
Estendo a mão a qualquer inimigo
Simplesmente por não querer vê-lo sofrer.

A lua e o sol se completam
Mesmo sem se tocarem
Faço inimagináveis incógnitas
Sou vultos por todos os lugares.

Quebro a barreira do som
Posso fazê-lo ou não
Mas mostro o poder maior
Que é grande nesse meu dom.

Falo em línguas estranhas
Olhe por todos os ângulos
Dono de todos os tesouros
Mestre de todas as façanhas.

O som das ondas é meu grito
Refugio das manhãs tristes
Um vulcão que sangra com meu sangue
Dias mais que felizes.

Deito-me devagar vendo a terra tremer
Sempre ao levantar, meu suor, orvalho
Piso na neve para fazer planícies
Com poesia choro chuvas sem querer.

Na escuridão de um fechar de olhos
Pensamentos voam como falcão
Vagueiam em um amor que nunca existiu
Falhas de canyons, rachaduras do coração.

Estar irritado é impossível
Extinguirá a vida e o mundo
Sou totalmente previsível
Nunca serei um moribundo.

Acordei um pouco cansado
Pensei em apagar o sol
Dei um sorriso mal humorado
Fui caminhar dormindo acordado.

Bebi toda água do rio Negro
Usei uma nuvem como espuma de barbear
Subi no cume do Everest buscando sossego
Mas já havia gente por lá.

Com uma pirâmide palitei meu dente
Usei o lago Ness como espelho d’água
Fui para o Aconcágua, mas também havia gente
E lá rio Tâmisa afoguei minha mágoa.

Posso ser o dono, mas mesmo assim sou gente
Crio o universo, mas também me enfastio
Vou já indo para Marte como um indigente
Gritar feito louco como uma gata no cio.

André Anlub

Nenhum comentário:

Postar um comentário